Tecnologia de 'Avatar' não salva 'Santuário'
Longa em 3D e IMAX narra acidente durante expedição subaquática. 'Efeito claustrofobia' é o melhor do filme, mas roteiro é cheio de clichês.
"Santuário", que tem estreia mundial nesta sexta-feira (4), é uma espécie de "Big Brother" em cavernas subaquáticas: um grupo de exploradores de perfis e idades variadas fica preso debaixo da terra. Mergulhadores, alpinistas e assistentes têm, supostamente, as mesmas chances de ganhar. O prêmio? A vida.
Dirigido por Alister Grierson, e produzido por James Cameron, o longa chega aos cinemas no Brasil em cópias convencionais, 3D (ambos nas versões dubladas e legendadas) e IMAX (apenas legendado).
"Santuário" utiliza a mesma tecnologia que Cameron criou para fazer o rentável "Avatar", ou seja, é um efeito de terceira dimensão acima da média do que se vê por aí. As cenas submarinas, especialmente do começo do filme, dão a ilusão perfeita de saltarem para fora da tela.
Mas parece que todo o orçamento do filme foi gasto com efeitos e imagens, não sobrando muito para investir no roteiro ou elenco. A trama é assinada por dois estreantes, Andrew Wight e John Garvin, que recorrem a uma série de clichês para compor a história, na qual pai e filho, que nunca se deram bem, terão a chance de fazer as pazes debaixo da terra com água até o pescoço.
Frank (Richard Roxburgh, de "Moulin Rouge") é o líder de uma equipe de exploradores que está fazendo o mapeamento de uma caverna cheia de túneis e entradas. Seu filho, Josh (Rhys Wakefield), leva uma outra equipe ao seu encontro, que inclui a alpinista Victoria (Alice Parkinson) e o ricaço Carl (Ioan Gruffud). Quando uma tempestade na superfície fecha a saída da caverna, eles são obrigados a procurar uma outra opção.
A empreitada torna-se um desafio não apenas físico mas também moral. Nos momentos extremos, as pessoas deixam cair suas máscaras. E, assim, "Santuário", uma espécie de filme-catástrofe, recorre ao básico do gênero: pessoas correndo para salvar suas vidas. O elenco não ajuda muito, e, por mais que alguns atores talentosos se esforcem, os personagens são sem graça e sem planos.
Sobra a falta de ar que o filme é capaz de causar no público. Há alguns meses, "Enterrado vivo" deu início a uma nova era da claustrofobia no cinema, que promete seguir em frente com a estreia de "127 horas", no próximo dia 18, baseado na história verídica de um alpinista que ficou preso no vão entre duas formações rochosas. Quando os personagens de "Santuário" têm que respirar num vão milimétrico entre uma parede de pedras e a superfície da água, a situação gera os melhores momentos do filme.
Ao fim "Santuário" morre na praia por ter muito pouco a oferecer além de algumas belas imagens. A história do explorador ganancioso que coloca em risco a vida de todos em nome da aventura, o que não deixa de ser uma paródia do cientista maluco que quer-porque-quer dominar o mundo, sem nenhuma boa justificativa.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
"Santuário", que tem estreia mundial nesta sexta-feira (4), é uma espécie de "Big Brother" em cavernas subaquáticas: um grupo de exploradores de perfis e idades variadas fica preso debaixo da terra. Mergulhadores, alpinistas e assistentes têm, supostamente, as mesmas chances de ganhar. O prêmio? A vida.
Dirigido por Alister Grierson, e produzido por James Cameron, o longa chega aos cinemas no Brasil em cópias convencionais, 3D (ambos nas versões dubladas e legendadas) e IMAX (apenas legendado).
"Santuário" utiliza a mesma tecnologia que Cameron criou para fazer o rentável "Avatar", ou seja, é um efeito de terceira dimensão acima da média do que se vê por aí. As cenas submarinas, especialmente do começo do filme, dão a ilusão perfeita de saltarem para fora da tela.
Mas parece que todo o orçamento do filme foi gasto com efeitos e imagens, não sobrando muito para investir no roteiro ou elenco. A trama é assinada por dois estreantes, Andrew Wight e John Garvin, que recorrem a uma série de clichês para compor a história, na qual pai e filho, que nunca se deram bem, terão a chance de fazer as pazes debaixo da terra com água até o pescoço.
Frank (Richard Roxburgh, de "Moulin Rouge") é o líder de uma equipe de exploradores que está fazendo o mapeamento de uma caverna cheia de túneis e entradas. Seu filho, Josh (Rhys Wakefield), leva uma outra equipe ao seu encontro, que inclui a alpinista Victoria (Alice Parkinson) e o ricaço Carl (Ioan Gruffud). Quando uma tempestade na superfície fecha a saída da caverna, eles são obrigados a procurar uma outra opção.
A empreitada torna-se um desafio não apenas físico mas também moral. Nos momentos extremos, as pessoas deixam cair suas máscaras. E, assim, "Santuário", uma espécie de filme-catástrofe, recorre ao básico do gênero: pessoas correndo para salvar suas vidas. O elenco não ajuda muito, e, por mais que alguns atores talentosos se esforcem, os personagens são sem graça e sem planos.
Sobra a falta de ar que o filme é capaz de causar no público. Há alguns meses, "Enterrado vivo" deu início a uma nova era da claustrofobia no cinema, que promete seguir em frente com a estreia de "127 horas", no próximo dia 18, baseado na história verídica de um alpinista que ficou preso no vão entre duas formações rochosas. Quando os personagens de "Santuário" têm que respirar num vão milimétrico entre uma parede de pedras e a superfície da água, a situação gera os melhores momentos do filme.
Ao fim "Santuário" morre na praia por ter muito pouco a oferecer além de algumas belas imagens. A história do explorador ganancioso que coloca em risco a vida de todos em nome da aventura, o que não deixa de ser uma paródia do cientista maluco que quer-porque-quer dominar o mundo, sem nenhuma boa justificativa.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
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