Zé Colmeia promete ação e emoção, mas diverte pouco

SMK | 12:24 | 0 comentários


Filme não cumpre um dos lemas do urso mais famoso dos desenhos da TV

Zé Colmeia é o urso-pardo que se tornou famoso por roubar as cestas de piquenique dos visitantes do parque Jellystone e por sempre ter uma desculpa na ponta da língua para justificar o pequeno deslize que sempre atormentava a vida do guarda Chico (ou guarda Smith).

Era assim nos desenhos da Hanna-Barbera, que apareceram na televisão pela primeira vez em 1958 – foi a primeira série de desenho animado a ganhar um prêmio Emmy de Melhor Programação Infantil. No entanto, passados mais de 50 anos, não é o mesmo o que acontece com a aventura live-action (atores reais com personagens animados) que estreia nos cinemas brasileiros em 21 de janeiro.

Desta vez, Zé Colmeia e Catatau enfrentam uma situação atípica e desesperadora: o parque Jellystone vai fechar por causa de um prefeito corrupto que quer vender o local e cortar todas as árvores. É aí que os dois ursos vão ter que ajudar o guarda Chico a salvar o seu querido lar. Claro, estamos falando de Zé Colmeia, um urso que é muito atrapalhado (apesar de se achar esperto), e eles acabam mais atrapalhando que ajudando em muitos momentos. Mas, no fim, claro, tudo dá certo.

A produção, apesar de respeitar as personalidades individuais dos personagens, tanto de Zé Colmeia como de Catatau, não mantém os principais ingredientes de sucesso dos desenhos da TV. O humor não passa da tentativa e as frases de efeito de Zé Colmeia não empolgam.

Zé Colmeia sempre prometeu aos visitantes do Jellystone muita “ação e emoção” e ele fala isso de novo no filme. Bom, se dependesse desta produção, o parque fecharia mesmo, pois dá para sentir até um pouquinho de ação (só um pouquinho aliás), mas a emoção... essa fica devendo. Somos simpáticos com os personagens mais por saudosimo dos velhos tempos do que por qualquer outra razão – nem Zé Colmeia nem Catatau nos dão nenhum motivo para os espectadores os amarem. Não dá para odiar, claro, mas fica longe do carisma esperado por personagens tão ricos.

Nem mesmo a presença de Anna Faris como Rachel (o parzinho romântico do guarda Chico) garante essa pitada de carisma que falta ao filme. Sua personagem é sem-graça e o tal documentário que ela está filmando no Jellystone parece solto na trama. Passado um tempo, ninguém mais lembra o que ela está fazendo ali no parque. E o que ela está fazendo no filme.

A sequência final, com os dois ursos de fato ajudando o guarda Chico, é o que tira o filme do desastre, pois tem um tempo de filmagem e ação diferente e dá para sentir que os personagens dos desenhos antigos estão ali. Eles deixam de ser tão superficiais, ganham força. Portanto, não saiam da sala no meio do filme: no final, melhora.

É preciso ressaltar que quando se transforma uma série de desenhos para a TV em um longa-metragem, a dificuldade é imensa para manter o fôlego, seja nos diálogos como na ação, que precisa seguir um ritmo diferente. Em um desenho de sete, oito minutos, a narrativa é outra, o jeito de contar é outro, a história é outra. Faltou esse cuidado na passagem para essa outra mídia com quase duas horas de duração.

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