Crítica: 'Era uma vez...' é uma fábula de amor previsível

boy | 07:08 | 0 comentários


Filme, do mesmo diretor de "2 filhos de Francisco", estréia nesta sexta-feira (25).Dé, o Romeu da vez, vive na favela, e Nina, a Julieta, mora de frente para o mar.


Para suceder o sucesso de "2 filhos de Francisco", o diretor Breno Silveira escolheu uma fábula de amor mostrando como o Rio de Janeiro continua lindo, mas ainda é uma cidade partida ao meio entre extremos, como morro e asfalto. Mas apesar da boa vontade com o tema, Breno repete todos os clichês do gênero, o que deixa "Era uma vez...", que estréia sexta-feira (25), totalmente previsível do meio para o fim.

Dé, o Romeu da vez, vive na favela do Cantagalo, enquanto Nina, a Julieta, mora de frente para o mar de Ipanema. Em vez de famílias que se odeiam, a situação social e geográfica é que separam os seus protagonistas.


Após o início movimentado, em que acontecem um arrastão, cenas de roubo, assassinatos e tráfico de drogas, o filme diminui o ritmo, quase estacionando. Na segunda metade, pouco ou quase nada acontece. O roteiro apresenta uma "barriga" imensa e tem diálogos bobos, além de se encaminhar para uma conclusão óbvia. Tudo bem que se pode argumentar que "Era uma vez..." nunca teve a intenção ser nada além de uma fábula de amor, mas é complicado quando você sabe exatamente o que vai acontecer na tela – até antes de entrar no cinema.

Interpretações boas
Como recompensa para quem for assisti-lo, o longa tem uma fotografia caprichada, com tons quentes, e uma seqüência de futebol, logo no comecinho, de tirar o fôlego. Além de boas ou corretas atuações de Rocco Pitanga (Carlão), de Thiago Martins (Dé) e de Vitória Frate (Nina), que dá vontade de levar para casa.


Pode-se dizer também que a opção de rodar o filme na própria favela do Cantagalo dá uma atmosfera única ao longa. E, também, que as citações ao livro "Cidade partida", do jornalista Zuenir Ventura, servem para enriquecer a história. Mas, todas as novidades são apresentadas no início, deixando o fim sem proteção.

Erro no tom
Outro ponto complicado é um certo erro no tom ao tentar retratar a favela, sempre associada à violência, seja pelo pai de Nina (vivido com exagero por Paulo César Grande), pela mãe de Dé (Cyria Coentro, bem), seja pelos próprios moradores, como Carlão (Pitanga). Enquanto isso, a Europa e o Nordeste aparecem como os destinos bucólicos e seguros para quem quer fugir. Na tentativa de mostrar o amor que pode existir entre os moradores do "asfalto" e os do "morro", Silveira fez um filme previsível e até preconceituoso. Quando sobem os créditos, o ator Thiago Martins, até hoje morador da favela do Vidigal, ganha a oportunidade de dar um depoimento pessoal sobre os problemas sociais do Rio. Nenhum outro ator pôde se manifestar. O que demonstra que ainda não foi dessa vez que as partes da cidade vão ser coladas.

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